domingo, agosto 28

Coca-Cola sem gás é amor.

Olha ela! Olha como passa rápido pelos prédios da cidade. Assim quase não se percebe o quão pequena fica em meio às construções megalomaníacas da metrópole (mas que também ficaria ao lado de uma simples barraquinha de cachorro quente). Eu a vejo e preciso parar por um instante pra poder olhá-la de novo. Eu me apaixono, não tem jeito ou explicação. Mas... Tinha que ter?

Olha ela! Tão minha por ser tão dela, tão ela. Eu me derreto, não dá pra negar. Ela passa e eu acho graça quando, sem perceber, ela desata a cantar qualquer música atoa. Ela nem sabe, mas eu fito cada detalhe pra poder me lembrar. Pra encontrar seus esconderijos mais profundos e seus segredos mais bobos, pra tornar ela mais minha já que não pude fazer parte da sua vida toda. Pra quando um amigo de infância contar como foi aquele passeio da escola em 2004, eu ficar tranquila por saber que ela achou muito engraçado a fórmula do seu remédio mudar pra laranja e vermelho. E isso só eu sei.

Olha ela mudando minha rotina. E nem eu diria que poderia ser. Eu só queria um banho de mar num dia de sol e ela apareceu! E trouxe tantas peculiaridades que eu nem sou mais a pessoa mais esquisita que eu conheço. É essa loucura que me torna tão dela, tão inconfundivelmente e completamente dela, sem desvios, sem riscos e, finalmente, sem dor. E foi assim que eu aprendi como desistir da coca-cola com gás é amor.



(por Vicky Fechine)