quarta-feira, dezembro 23

Saudades...

Quando você fica longe, não há nada que posso fazer, apenas chorar a saudade que aperta o peito.
Se eu pudesse gritar toda essa saudade, o mundo se moveria como uma pena ao vento...
Tento esconder, finjo esquecer, mas as lágrimas caem e tudo me lembra você.
Até escrever é difícil! Também não quero comer. Só quero mesmo você.
Se eu fosse capaz, dormiria todos os dias em que não há você. Assim acordar seria sempre feliz, e não como um vazio, como se faltasse uma parte de mim.
É verdade "quem inventou a distância não conhecia a saudade".
Quer saber? ... QUERO VOCÊ!



volta logo, amor... :/
(eu sei, são só 2 dias, mas a saudade aqui me mata!)

segunda-feira, dezembro 21

ERICA

Ela
Reviveu
Incrivelmente
Cada
Alma minha

quarta-feira, dezembro 16

Partes de alguma coisa ;)


Eu nunca pensei que pudesse amar alguém assim
Já me perguntei várias vezes porque toda música falava de amor
Agora eu entendo perfeitamente
Qualquer coisa que você quiser eu farei


Toda a minha vida sonhei com alguém como você
Nunca desenhei tantos corações na minha vida


Toda garota tem a sua escolha
E eu escolhi você
Alguma coisa me diz que vamos nos divertir juntas
Pra sempre você vai estar no meu coração
E eu vou amar você
Você precisa de uma mulher de verdade na sua vida
E é pra isso que estou aqui
Garota, eu tenho o que você precisa


Eu não consigo me controlar
Você é tão contagiosa
Eu conheci a pessoa mais incrível do mundo
Poxa, você não sai da minha cabeça
Não importa o que eu faça
Você sabe, eu percorreria o mundo
Se ao menos pudesse te ver um minuto
Porque eu preciso de você
E sinto a sua falta


[30/10/2008]

terça-feira, dezembro 15

Destino


Porque tudo o que entendo não posso sentir. E tudo o que sinto não posso entender. Sendo assim só mais um ser pensante no mundo, um indivíduo qualquer, um sujeito sem verbo. Para uns: só mais um rosto bonito. Para outros: apenas um conjunto de letras. Ao meu ver: um simples par de pernas que caminha com ardor à procura de cumprir essa profecia que é o destino.
Mas o que é o destino? Posso julgá-lo e ainda assim não o entendo. Também não o sinto. Como é o destino?
Os homens dizem que o destino é um futuro que já está escrito. Isso não seria muito vago? Então para que temos opnião?
Será que a opnião é a leitura do destino? Ou será a interpretação deste?
Para que viver se ao menos posso criar o meu próprio futuro? Eu digo pra quê. Todo ser humano procura uma razão pra viver, procura forças pra enfrentar o tal destino. Muitos não conseguem e, frustrados, se suicidam. Alguns até se cansam, partindo para a vida de crime.
Não sei se Ele foi o criador do destino, mas, de qualquer forma, agradeço a Deus todos os dias por ter me deixado encontrar uma razão para o meu viver. Pois, até hoje, tenho tudo o que quero e tudo o que preciso.
Adimito que não entendo a minha razão de viver, mas melhor que isso: eu posso sentí-la. Tenho pena das pessoas que não tem a mesma motivação que eu para suportar esta inútil vida mortal...
Enfim, tenho tudo que um ser humano pode precisar, tudo que qualquer um pode querer: EU TENHO VOCÊ!


[04/5/2005]

segunda-feira, dezembro 14

Realidade Cruel!

Temos que sofrer                                     Não vá dizer agora que não entendeu, 
Nessa ridícula vida de miséria                    Eu falei isso tudo e você esqueceu 
Numa vida sem amor                                 Matança indiscriminada causa extinção,
A paz que reinava nesse mundo acabou       A biodiversidade acabará no chão! 
Agora só resta miséria e dor                     
Arrependimento e ressentimento                Não vai dar (não, não, não...) 
Não nos levarão a nada                              Não vai dar, assim não tem condições, não 
Ninguém se ligou                                     
Ninguém nunca acordou                              Gente sem dinheiro, 
Para a solução é só olhar seu coração,         Mortos de fome
Mas essa vida não é fácil                            (causas de miséria em todo lugar)  
                                                               No Rio de Janeiro 
Qual é a boa, mano?                                   Muitos assaltantes 
O que é que cê quer?                                  E lá na cadeia eles só botam estudante 
Isso é um desafio, brow
Colé ô mané?                                               Isso tem que parar (tem) 
                                                                Isso tem que parar, oh yeah
Desentendimento e conscientização              Isso tem que parar (tem)
É só perda de tempo                                    Eu não vou mais aguentar, oh no 
A vida é uma forca                                     
E a miséria é outra                                       Essa realidade cruel nos conduz
Mas a solução é lutar                                    A fazer coisas fora da lei:
Correndo o risco de morrer                           Roubar, assassinar, usar drogas, assaltar...
E ficar pra trás                                             Nada disso vai deixar
Nem os historiadores lembrarão de você        O nosso mundo ir pra frente
Mesmo escavando um túnel                           Vai é nos deixar pra trás
De mais de um milhão de metros                  Que tal passear ao ar livre,
                                                                 Fazer o reflorestamento ao invés da poluição?
Essa realidade cruel nos conduz                   
A fazer coisas fora da lei:                             Se conscientize, 
Roubar, assassinar, usar drogas, assaltar...  Não desmoralize, 
Nada disso vai deixar                                  (olhe ao seu redor e faça um mundo melhor) 
O nosso mundo ir pra frente                         Melhor, melhor 
Não tem solução                                         (e faça um mundo melhor)
Que tal passear ao ar livre,                         Não deixe os vândalos aumentarem a miséria
Fazer o reflorestamento ao invés da poluição?                   E destruírem esse planeta, divindade de Deus
                                                               Com tanta mata e água Ele nos deu
Tente isso, tente aquilo                              Mas nós destruímos nosso próprio paraíso
Só não tente nos matar                               E agora, o que vamos fazer?
(nos matar, nos matar)                              
Com estas armas humanas                           ♫ Boooooom!!
(só não tente nos matar)                            
Ridícula ação do homem                              (Destruir o planeta, não) 
(só não tente nos matar)                             Não vou deixar, não vou
                                                               (Destruir o planeta, não)
Eterna destruição                                        Isso tem que parar, oh yeah
(só não tente nos matar)                           
Fim da camada de ozônio                             ...
(só não tente nos matar)
Nos matar (só não tente nos matar)              Pare e pense um pouco
Nos matar (nos matar)                                 Qual o sentimento que você tem diante disso!?
                                                                Me diga agora o que vamos fazer
                                                                Nós não vamos aguentar
                                                                Só sei que um dia
                                                                Todos nós vamos morrer
                                                                No fim do mundo!!!

[01/02/2004]

Ficaria aqui...


É tão lindo aqui!
Podeira ficar aqui pra sempre...
A olhar as estrelas e pensar em você
Já que nunca poderei te ter em meus braços.

Ficaria aqui por anos...
É tão linda essa água caindo no lago azul
E me faz lembrar das noites em que estive sozinha
A pensar e chorar por você.
As minhas lágrimas caiam num vôo livre
E ninguém estava a me consolar.

Eu precisava dizer a alguém algo que eu não poderia revelar,
Mas não é fácil viver a esconder o meu amor por você.


  Poderia ficar aqui por toda a minha vida...
A observar as flores crescendo no lindo gramado verde,
o que me faz recordar o meu amor crescendo no meu coração
A cada olhar seu!

Ficaria aqui por toda eternidade...
Apreciando cada dia passar, pois,
A cada dia que passa a minha ridícula esperança se renova
  E a cada noite penso fielmente em você.

[09/4/2006]

domingo, dezembro 13

Poucas Palavras



- O que você faz para que sejam seus fãs?

- Sou eu mesma. (...) Não é algo comum hoje em dia.


.

terça-feira, dezembro 8

Roda Gigante

Sei que podes me ouvir, ainda que não possa expressar opnião alguma sobre os fatos ditos.
Direi a ti, então, de forma sucinta e sincera, tudo o que tenho a dizer e irei-me embora sem mais conversas.
Gosto de ti!
Muito. Mas isso não me faz chorar a sua ausência. E não me olhe com essa cara de espanto, pois é por gostar de ti que entendo como será mais feliz distante.
Queria mudar este mundo, tu sabes. Mas queria mais que isso. A verdade é que, desde menina, sonhava que este, tomasse um pouco de vergonha na cara e se modificasse sozinho. Mas que coisa! Será que sempre há de haver uma alma boa para direcionar a luz no fim do túnel, senão ninguém sai do buraco? Ora, mas veja você como soa egoísta essa atitude quanto dita em alto e bom tom.
De uma forma ou de outra, não me importo mais se vai ser assim ou assado. Tudo , afinal, tem dois lados e já aprendi que não é o mundo que gira ao meu favor, mas eu que dou voltas a favor dele, e assim sai tudo do jeitinho que desenho em meus pensamentos. É como digo: se sou capaz de adaptar a mim e às minhas emoções, se sou capaz de me acostumar com as coisas acostumáveis do mundo, sou bem mais feliz! E por isso tenho estado tão feliz estes últimos tempos, não me leve a mal.
Juro, não tem nada a ver com a sua morte, sabes que gosto de ti.
Sei o que estas pensando aí com as tuas botas "então como ficam as coisas não acostumáveis" e tenho que admitir que é uma boa pergunta. Estas coisas a gente ignora, finge que não existe. É como um 'faz de conta'. Não sei se é exatamente assim que devo levar as coisas, mas se você estivesse vivo, diria apenas "faça o que te deixa feliz, contanto que não machuque os outros". Eu sei, te conheço (ou conhecia) bem. E quer saber? Concordo contigo, falecido amigo Lemos.
Acredito que já tenho estado demasiado tempo aqui e te aborrecido por demais. Você sempre foi um homem de poucas palavras com os outros, mas comigo... Ah, comigo não parava de tagarelar e deve estar sendo difícil permanecer calado ao ouvir o âmbito das minhas idéias. Dou-lhe assim uma trégua, mesmo porque - não se chateie, mas este cheiro de cão molhado está me dando nos nervos, não deram-lhe o formol?
De qualquer modo, preciso ir, o mundo esta a rodar e me encontro parada já faz um bom tempo, preciso ir em busca da minha felicidade, pois pelo que posso ver, a sua está bem diante de mim. Fico feliz. Só espero que, ao chegar na sua nova casa, faça o favor de soltar a lingua e fazer novos amigos; os velhos estarão sempre aqui, você sabe onde os encontrar, mas ninguém vive só de passado, não é?!
Me espera no Balão Mágico,amigo, que agora estou na Roda Gigante.

quinta-feira, dezembro 3

Inveja.


E de que adiantam palavras que não dizem nada?
São só reclamações sem ações... Esse é o nosso mundo.
Dou a ti um conselho: viva a sua vida, pois não há nada tão simples e tão prazeroso! Mas não viva tão na sua a ponto de se tornar egoísta, individualista, pois disso a sociedade ja está cheia.
E quer saber? Gosto do que gosto e não venham se meter. Afinal, não são vocês que pagam minhas contas e, sinceramente, não são nem um pouquinho melhores que eu, então, sorry everybody, mas não vou perder meu tempo julgando sua sociedade, pois ela não é tão importante pra mim como eu sou pra ela. Na verdade, o único motivo de vocês pessoas existirem é o de ser a minha platéia ;) E se ainda não perceberam, me dão um ibop e tanto, so, thanks a lot!
A propósito, vou contar algo que devem estar loucos pra saber: SIM, ser popular é bem interessante, rs. É divertido ver como vocês se matam para pesquisarem sobre a minha vida e saberem mais sobre ela do que eu. Mas aqui vai um ps: você só sabem o que sabem, porque deixo que saibam (sou muito boa com segredos, you know!?).
É engraçado como caíram e caem direitinho nos meus jogos. Quero mais é que vejam, é que saibam, afinal não é esse o papel das celebridades? O probema todo é a gritante quantidade de mente fechada que há no mundo, nessa cidade então nem se fala! É por isso mesmo que vocês tem que ver, se asustar, achar estranho, falar... e um dia, se forem dignos de ter mais do que minhocas na cabeça, vão aceitar e se acostumar. É isso aí. E achem muito bom; estou fazendo um bem a você, sociedade medíocre ;)
Sou isso mesmo que tenho que ser. Sou o que quero ser e é isso que me faz feliz! Por isso você tem tanta inveja de mim! Só lamento. kkkkkkkkkkkkkk
Inveja essa porque eu sou inteligente, não estudo e passo na UFBA mesmo sem terminar o colegio;
Inveja porque eu sou bonita e não faço nenhum esforço pra isso;
Inveja porque eu tenho estilo e não passo mil horas me produzindo (na verdade, 5 mins já bastam);
Inveja porque eu sou diferente e sou muito bem aceita;
Inveja porque por mais diferente que eu seja, sou igual;
Inveja porque no final, mesmo que distante, sempre dá tudo certo pra mim, do jeito que quero ou até melhor;
Inveja porque já andei por todo esse mundo e já fiz coisas que Deus duvida;
Inveja porque tenho tantos mistérios e histórias;
Inveja porque não faço o que não quero, porque não me submeto à maldade das pessoas;
Inveja porque amo tudo o que faço e que me rodeia;
Inveja porque não escolho, comigo não é um OU outro, é oum E outro;
Inveja porque não tenho medo de ousar, não tenho medo de perder, porque me jogo e sempre me dou bem;
Inveja porque tenho a melhor família do mundo, e cá entre nós, a melhor vida também;
Inveja simplesmente pelo fato de você não conseguir parar de ter inveja (morda-se);
E outras mil invejas que não caberiam em um mero blog.

By the way: you know you love, XoXo
(*cochichando* agora pode sair correndo e contar para todos - aumente o meu ibop, lol)

terça-feira, dezembro 1

Então Vamos Quebrar Tudo!

Às vezes tudo parece difícil
  Tudo fica muito longe
Fora do seu alcance
Você se desespera
E não pode pedir ajuda
Quem vai acreditar em você?

Então vamos quebrar tudo
Jogue suas roupas pro ar
E corra livre pela praia
Olhando o céu azul
E logo atrás uma tempestade está por vir
Mas não importa
Porque você está nadando nú no rio
Isso é divertido

Não corra dos problemas
Quando basta ignorá-los
Quebre a sua guitarra roxa
E não olhe para trás
Você está fodido, cara
E eu digo que esta é a saída

[02/08/2006]

quarta-feira, novembro 25

Mas sempre será o que tem que ser.

... E de repente você chega,
Come toda a minha alma
Dá sentido ao meu viver
Às vezes penso não ser eu
Mas dessa forma não seria você


Alguma coisa me entedia
Nasce no fundo do meu coração
Começa tipo como um vazio
Talvez mais forte que o Alcorão


Só sei que quando penso em você
E me dou conta de tamanha distância
Surge de novo um vazio
Que só se cura com fantasia
Fantasia que não se vai
Nem um minuto se quer
Vive pra sempre na minha mente
E é a razão do meu viver




Queria que você estivesse aqui
Porém não sou a voz do querer
Se fosse:
Faria o sol ser seu luar nas lindas noites de inverno
E o vento seco te banharia durante todo o outono
E como a primavera seria o fogo do nosso amor,
O verão depois viria como uma chuva de glamor


Talvez não fosse eu
Talvez não seja você
Talvez não seremos nós dois
Mas sempre será o que tem que ser


[06/04/2006]

segunda-feira, novembro 23

Obcecada por Clarisse

    Tudo começou há três anos e meio, numa noite fria e chuvosa, típica de inverno.
    Estava eu em mais uma das minhas aulas de dança contemporânea na academia da rua Est, há duas quadras da minha casa, quando a professora, aquela bela professora, caiu desmaiada em meus braços. Paralizei. O que deveria fazer diante de tal situação? Que faria eu com o corpo de tão doce professora em meu domínio?
    A tensão pairou no ar, mas logo o grito das outras alunas tomou conta da sala. Não conseguia afastar aquele misto de angústia e alvoroço que tomava conta de mim. Tudo foi passando de um colorido confuso para um preto distinto. E antes de tudo sumir do meu campo de visão e de eu perder minhas propriedades auditivas, só o que consegui ouvir foram as vozes das garotas que outrora enchiam a sala com seus gritos, perguntando-me se estava bem. Porém delas só via vultos e sojmbras.
    Acordei dez minutos depois, deitada num daqueles bancos nada confortáveis da academia, com meia dúzia de pessoas me rodeando e olhando fixamente para mim.
    De início, não consegui lembra o que havia acontecido. Alguns minutos depois, porém, uma das garotas que me rodeava balbuciou para a sua amiga algo como "... será que devemos contar sobre a professora? Será que ela se lembra de tudo?" e logo tudo ocorreu à minha mente. A Adriana havia desmaiado bem diante de mim, alguns minutos antes, mais precisamente nos meus braços.
    A dor e o receio que se instalaram em mim eram maiores do que a coragem de saber o que acontecera com Adriana.
    De um salto, levantei-me do banco pouco aconchegante e corri até em casa de forma tão veemente que em dois minutos teria chegado, se não fosse pela rápida parada que fiz em certo bar no caminho. E fiz bem. Sóbria seria impossível ouvir o que ouvira naquela noite ao chegar em casa.
    Foi difícil aceitar o fim de Adriana. Morte súbita por parada cardíaca causada pela liberação de adrenalina durante a prática de atividade física, associada ao uso indevido de drogas ilícitas. Levando-se em conta os vinte e três anos que ela tinha, não puide acreditar que os choques elétricos não a trouxeram de volta ao mundo.
    Tudo o que sabioa sobre a ivina arte de dançar me fora ensinado em dez anos pela Adriana. Ela era uma mulher incrível, uma professora excelente. Por que havia de morrer bem no auge da sua vida? Por que me deixou assim, de uam hora para outra sem um mero adeus? E, por que tantas drogas, se tudo parecia tão correto em sua vida? Mas a pergunta que não me calou foi, de fato, quem poderia substituí-la?
    A vizinha, sim, aquela infeliz teve o desprazer de tomar o lugar da minha querida ex-professora de dança. Mas só o descobri por volta de duas semanas depois da morte de Adriana; precisei desse tempo para chorar as lágrimas de uma vida e para me recompor de tamanha perda e dor.
    Aquela desgraçada não podia ter vindo em hora pior; a pessoa que eu mais odiava em todo o mundo tomara o lugar da que eu mais amava. Por que Deus, em toda a sua benevolência, havia de reservar tamanhos ódios, raiva e ira justo para mim? Foi então que cheguei a uma sensata conclusão: ele simplesmente não existia, mas sim aquele, possuidor de muitos nomes, mas precisamente seis, sim seis, seis foi o que eu disse: Diabo, Satanás, Lúcifer, Demônio, Cão e Belzebu. Apeguei-me ao terceiro dos nomes, e foi para ele que passei a rezar todas as noites.
    Nos primeiro dias de aula, eu odiava plenamente aquela mulher, minha repugnante vizinha, a quem passei a chamar pelo nome de Clarisse. Ela também parecia me odiar... As aulas com ela eram terríveis, piores do que eu acreditava que podiam ser. Por isso, aquela rápida parada naquele tal barzinho no caminho de casa virou rotineira.
    Certa noite, quando fomos a um teatro com a academia, a Clarisse resolveu pedir desculpas pela forma rude como tratava suas alunas na aula, mas só o fez a mim. Foi então que me dei conta de que era a primeira vez que nos falávamos sem usar daquela ligação professora-aluna. Estranho, sei, mas essa é a verdade.
    Na ocasião, eu apenas a esperei terminar de falar e saí, sem dizer-lhe palavra alguma e sem deixar que a minha surpresa sobre tal atitudetransparecesse. Pensei bastante sobre o ocorrido.
    Aquela odiosa mulherpassou a cumprimentar-me repetidamente pelo resto da noite, memso sendo a minha resposta também repetida.
    Mulher persistente aquela, a minha ex-repugnante vizinha, atual professora de dança contemporânea. Eis que tentou tanto falar comigo que conseguiu. No final da noite, ela veio tentar , mais uma vez, cumprimentar-me; acabei por responder, colocando um belo sorriso em seu rosto. Não entendi, realmente não entendi; não nos odiávamos um segundo atrás? Por que então ela passou a gostar de mim? E por que eu estava começando a perceber que também gostava dela?
    Nos meses qe se seguiram, comecei a sentir algo estranho pela Clarisse, o problema é que era bom, terrivelmente bom. Eu não devia odiá-la? Há algum tempo ela era minha megera vizinha, pessoa que eu mais odiava na vida, e havia tomado o lugar da pesoa que eu mais amava, transformou as aulas que eu mais gostava na vida em momentos de ira e rancor ( e vale ressaltar que só continuei com as aulas em respeito à Adriana) e ainda fez de mim uma alcoolatra.
    Ok, não chega a tanto, mas se as coisas continuassem daquele jeito por mais algum tempo, era bem provável que eu virasse memso uma alcoolatra. Por que então, começava a sentir algo tão bom por aquela mulher? Por que começei a vigiá-la pela janela da minha casa e controlar seus horários?
    "A vizinha sai de casa todos os dias às cinco horas da tarde." Foi o que detectei com a vigilância. Passei então a sair de casa uns dez minutos antes para poder admirá-la ao chegar na academia.
    Custou para eu descobrir que aquele sentimento pela Clarisse era amor. Bem, na verdade saber eu já sabia, só não aceitava.
    Me parecia que ela também sentia algo diferente por mim, via pela forma que ela me olhava, que me tratava e que falava comigo.
    Logo percebi que estava ficado obcecada por ela, tão obcecada que passei a escrever uam espécie de diário sobre tudo o que acontecia entre a gente.

    Vinte e cinco de maio, quinta feira.
    Não sei o que deu nela; do nada ela reslve ficar assim, sem falar comigo. Odeio isso, de verdade.
    Hoje, ao invés de falar comigo, ela ficou indo atrás de mim, queria ficar perto de mim o tempo todo. Houve um momento em que eu estava parada perto da porta depois da aula e ela me abraçou por trás. Não sei o que ela queria com isso, mas eu estava muito chateada com ela hoje, já que ela não estava falando comigo, então saí da sala e fui beber um copo de água. Ela ficou meio sem graça. Um pouco depois, olhei para ela, por acaso, e ela estava ohando para mim. Ficamos nos olhando por algum tempo, o suficiente para eu decifrar o seu olhar, este que dizia, claramente: "por que você não vem falar comigo? Estou com saudades". Mas eu não fui.


    Trinta de maio, terça.
    Hoje a Clarisse não parou de falar comigo. Não saiu do meu pé. Ela chegou na academia muito feliz, queria saber o por quê.
    Ela é meio estranha; aula passada nao dirigiu uma só palavra a mim e hoje está aqui, perguntando sobre minha vida e família.


    Três de junho, domingo.
    Eu não costumo falar com a Clarisse fora da academia. Apesar de eu ser a sua vizinha, de saber dos seus horários e afazeres, são poucas as vezes que, de fato, a encontro na rua ou em qualquer outro lugar. Vezes estas em que o meu coração pára, começa a bater bem forte, uma estranha sensação toma conta do me corpo e, por fim, deixo que uma felicidade mórbida se instale.
    Às vezes tento 'provocar encontros'; vou para lugares onde sei  que ela irá, mas raramente isso dá certo, mesmo diante de tantas facilidades citadas anteriormente.
    Hoje, estaa eu no msn, quando vi que ela havia me adicionado. Fiquei surpresa; foram poucas as vezes que ela falara comigo no seu msn antigo. POr vezes, tive a sensação de que ela nao gostava de mim.
   Já houve tempos em que fiquei tão iritada por ela não responder às minhas perguntas, que parei de falar com ela. Por algum motivo ela também parou de falar comigo.
    Certa vez fiquei tão brava com essa atitude da Clarisse que resolvi enviar-lhe vários smiles zangados. Ela, ainda assim, não respondeu. Passamos porém, um tempo sem nos falar. Coisa que voltamos a fazer certo dia no teatro. Uma atitude semelhante à primeira vez que nos falamos.
    Descobri que, de todas as alunas, eu era a única que a Clarisse adiciornara em seu novo msn. E esse foi um dos motivos pelos quais permiti que uma felicidade se misturasse à minha surpresa pelo fato de a Clarisse me ter adicionado. E tomei tal atitude dela como uma prova de amor.


    Seis de junho, segunda-feira.
    Hoje fomos fazer uma apresentação no teatro. Apresentaríamos quatro coreografias, sendo que eu fazia parte de uma e Clarisse de outra. Passamos toda a tarde ensaiando no palco do teatro, já que a apresentação seria de noite
    Todas as vezes em que ela estava no palco ensaiando, se preocupava em olhar se eu a estava olhando. Quando era eu quem ensaiava, ela não permitia que as outras garotas ficassem na minha fente. Mas eu não a olhei em momento algum, ó de 'rabo-de-olho', como ela costuma dizer.
    À noite, na hora da apresentação, fiquei na conhia com algumas meninas para assistir às coreografias. É bem verdade que só o que me importava mesmo era ver a Clarisse dançar, mas não contei isso a ninguém, afinal, qual seria a reação das minhas amigas se soubessem que eu estava apaixonada por uma mulher? Ou pior, que era OBCECADA POR CLARISSE? Preferi não contar, guardar só pra mim.
    Eu não achava nada daquilo estranho. Como poderia acharo amor estranho? E, afinal, o que é a opção sexual diante do amor? Dizem tato por aí que o amor é maior que tudo, que move montanhas... Por que então. as mesmas pessoas que o dizem, não aceitam o fato de existirem outras opções sexuais, e não só a deles? Tamanha ignorância!
    Enfim, na hora em que estava na cochia, percebi que ela também estava lá, na cochia à minha frente, olhando fixamente para mim. Também o fiz.
    Antes do início do espetáculo, ao invés de ela permanecer no camarim destinado a ela, alojou-se no meu e passou a noite me perguntando do meu namorado ou garotos de quem eu gostava. Não respondi. Preferi deixar a dúvida pairar sobre o ar.

    Nove de junho, quinta.
    Só se passaram três dias depois da última apresentação e já estamos provando o figurino para uma apresentação futura.
    Após certo tempo de aula, eu e as outras alunas fomos, de uma a uma, sendo chamadas para tal prova. Fui a última. A Clarisse observou, de uma distância consideravelmente grande, eu colocar a roupa e ir falar com a costureira. Esta que, assim como eu, aprovou o figurino. A Clarisse, porém, veio ao nosso encontro e disse à costureira que a calça estava um pouco grande e que eu poderia cair, pedindo-lhe que a diminuísse alguns centímetros. Seu tom de voz era de grande preocupação.
    Ao final das prova, ela veio perguntar-me sobre o figurino das outras alunas.

    Catorze de junho, terça.
    Hoje saímos da aula meia hora antes do seu término para assistirmos à gravação da apresentação que havíamos feito uns dias antes.
    A televisão perto da recepção revela a belezadas coreografias para um bando de meninas muito atentas, de forma que havia apenas dois lugares de onde eu poderia avistar aquela reluzentetelevisão com clareza: perto da pilastra ou atrás das cadeiras das meninas. Acomodei-me no primeiro dos lugares; Clarisse sempre escohia tal lugar e eu tinha esperanças de que ea aparecesse por lá.
    Não demorou muito para ela chegar e se encostar em mim. Estávamos tão próximas e coladas que, se eu virasse o meu rosto alguns centímetros, a beijaria.


    Dezesseis de junho, quinta-feira.
    Hoje eu estava com o pé doendom então fiquei apenas assistindo à aula. A Clarisse não parava de me olhar enquanto dançava. Terminada a aula, ela foi assistir a certa coreografia, quando pelo menos quatro garotas pediram para que ela parasse de adiantar a fita, então eu disse para ela continuar adiantando sim. Ela ficou um pouco confusa e sem graça, mas fez o que eu pedi.


    Cinco de julho, teça.
    Hoje foi o primeiro dia de aula após as férias. Eu e Clarisse não nos falamos, mas passamos um bom tempo nos olhando fixamente.
    Eu estava morreno de saudades dela. Não sei como não morri nas férias. Se ela não fosse minha vizinha eu teria morrido, tenho certeza.


    Sete de julho, quinta.
    Hoje foi um dia muito longo e cansativo, porém foi também o dia em que eu cheguei mais perto de beijar a Clarisse.
    Ensaiamos o dia inteiro para certa apresentação que estava por vir.
    As primeiras cinco horas de ensaio foram na sede da academia, depois pegamos um ônibus e fomos para o teatro para continuar o ensaio.
    Na academia, ela não siu de perto de mim nem por um segundo. Não parou de me olhar também. E o fez tão indiscretamente que as meninas começaram a comentar. Ela também falou apenas comigo hoje. Eu estava muito feliz com tudo isso e comecei a olhar e falar só com ela também. Não me importei com o que as garotas falavam; eu estava obcecada por aquela mulher e tudo o que eu queria era tê-la.
   A Clarisse estava definitivamente estranha hoje, possuía um ar de determinação no rosto. Ela nunca tinha sido tão indisceta e aberta em relação a nós.
    Começou a dançar na minha frente, começou a me tocar, a me abraçar. Sempre que eu estava falando com outra pessoa ela dava um jeito de afastar a pessoa de mim. Mandava eu dançar e ficava na minha frente, me olhando.
   Ao final da aula, faltando meia hora para o ônibus chegar, a Clarisse levou-me a uma sala perto da diretoria e pediu que a deixasse fazer masagem em mim. Ela era realmene boa nisso, fazia um curso de massagem e, às vezes, reservava um tempo da aula para fazer massagem em todas as alunas.
    No ônibus, sentou-se no banco em minha frente e ficou de joelhos, voltada para mim. Conversamos boa parte do caminho, eu, ela e mais duas amigas minhas. Ela continuou com o olhar pairado em mim.
    Pouco antes de chegarmos ao teatro, eu estava sentada com o rosto bem perto do banco dela. Ela estava virada de frente para mim, ainda de joelhos no banco à minha frente quando, de repente, abaixou de vez o banco, fazendo com que os nossos rostos ficassem a uma distância de, aproximadamente, uns quato centímetros. Se as meninas não estivesem alí, com certeza a teria beijado, porém, diante da situação, preferi não fazê-lo.
    Clarisse até ia fazê-lo, mas por causa das meninas eu me esquivei para trás quando a vi se aproximando. As meninas perceberam; podia ser visto, sem nenhum esforço, na cara de espanto delas. Preferimos não falar sobre o assunto.
    Ao chegar no teatro, uma surpresa: meu pai.
    Eu amava muito o papai, ele era uma das pessoas por quem eu daria a minha vida, mas não a da Clarisse.
    O papai trabalhava na polícia, era um excelente policial e tinha uma mira incrível com armas. Saíra da polícia há alguns anos pelo fato de ser impulsivo e impaciente, matando muitas pessoas inocentes, apenas por raiva ou até por ser mais prático do que os outros procedimentos que deveria tomar. Mas papai sempre fora dedicado ao trabalho e cumprira com todas as suas obrigações. Com ele eu me sentia mais segura, mais forte, mais alegre.
    Papai atualmente era aposentado. Ainda não deixara todos os costumes da polícia e andava com uma arma carregada no bolso esquerdo da calça parda. Eu amava papai.
    De certo, não fazia idéia do que papai poderia estar fazendo ali, mas fui correndo ao seu encontro e lhe dei um grande abraço. Ele não retribuiu. Estava estranho, pálido, suando e com uma expressão no rosto que não consegui definir.
    A Clarisse, ao vê-lo, disfarçou todos os olhares que vinha me dando desde a academia. Agiu de forma que, para quem olhasse, éramos só professora e aluna. Não falou com o meu pai.
    Após ter falado com o meu pai, me juntei a minhas minha amigas  perto do palco. Cinco minutos depois eu não via mais papai, também não via a Clarisse. Fui beber água perto dos camarins. Cheguei a tempo para ver a bala da arma de ouro de papai perfurar o peito esquerdo da Clarisse, Porém já tarde para salvá-la de tão desmerecido fim.
    Não pensei duas vezes, e logo havia dois corpos igualmente perfurados no peito esquerdo jogados no chão.
    Eu não queria machucar papai, mas ele machucou a Clarisse...



[14-18/5/2007]

domingo, novembro 15

Prata.

Prata, uma cor linda,
Abstrata,
Surreal,
Vivaz em todas as suas perCepções

Representa vida,
Viver,
Amar
Um amor louco e fulgás

Brilho,
Olhar,
O brilho intenso do olhar
De desejo sincero

A prata alegria,
Sincera saudade
Ou mesmo temor
De um amor de verdade

O brilho da lua,
Estrelas,
Luar
E a mera certeza
De querer te encontrar.


[29/10/2007]

sexta-feira, outubro 30

A N N A B E L E


Tinha os olhos negros como a noite, na graça do seu sorriso trazia mistérios que nem o mais belo luar podia revelar. Seu sorriso brilhava mais do que dez sóis. Os cachos do seu cabelo cor de mel nunca antes desvendados, a sua tez alva, mas não tão fria como flocos de neve, as maçãs do rosto meio rosadas. Mais bonita não havia, nem mais desejada. Annabele, porém, nunca antes se interessou por alguém.
Seu amor maior, Marta, mãe e melhor amiga, era por quem Annabele fazia questão de dedicar a sua vida. Nunca houve aquele que tivesse uma reclamação da garota, principalmente quando se tratava da relação com a mãe. Era o amor mais bnito que já havia existido. Sem uma briga se quer, sem uma discursão; lágrimas, apenas de felicidade.
Bele era a mais bonita, a mais inteligente, a mais amiga... era melhor em tudo, mas nunca se esforçava para isso, apenas era e pronto. Também não se gabava de tantos dotes, os possuía e era algo normal para ela.
Anna nunca fizera nada de errado, nada que não deveria fazer e, ainda assim, era ela quem mais se divertia e saía mais feliz em qualquer situação. Era um orgulho tê-la como amiga ou parente, um privilégio tê-la por perto.
Mas não era por nenhum desses motivos que as pessoas a desejavam, não. Era algo nela, algo que ataía as pessoas. Talvez a forma de andar, ou de falar, ou mesmo aquele sorriso sempre estampado no rosto. Não se sabe. Mas todos que, por algum momento, pairaram o olhar sobre a linda Bele não mais a tiravam da cabeça, era como uma imagem eterna, uma forma de feitiço.
E ninguém queria mal a enigmática garota, ninguém a desejava mal ou invejava, apenas a tinham como ídolo, apenas a queriam para si, queriam a bonequinha de porcelana que nunca se quebrava.
O câncer da sua mãe diminuía as esperanças de vida a cada dia e a menina coninuava forte, ao mesmo tempo, sensível. O seu maior amor estava a morrer; contudo ficava cada vez mais vivo. Nada era mais forte do que aquela paixão por Marta. E quanto mais o câncer ficava irreversível, mais o amor entre mãe e filha crescia e mais as pessoas desejavam a boneca de porcelana.
Quando a doença chegou definitivamente ao seu auge, Marta morreu, numa manhã de quarta-feira, enquanto Annabela beijava a sua face pálida. E no momento em que os doces lábios da menina não mais tocaram o rosto frio da sua mãe, a sua porcelana quebrou. E esse foi o beijo de amor mais puro e verdadeiro.
A menina que viveu de amor, morreu de amor e o mundo que já girava, continuou com a sua rota.


[18/03/2008]